Eu sempre observei que algumas lâmpadas fluorescentes compactas instaladas aqui em casa piscam de vez em quando. Nunca me importei com isso e nem tentei entender o motivo, pelo fato de as “piscadas” não me incomodarem. A única coisa que me chamou a atenção foi o fato de elas piscarem num intervalo relativamente constante (cerca de 4 minutos entre cada piscada)
O tipo de lâmpada fluorescente compacta a que estou me referindo é aquele que usa o bocal do tipo rosca, que vem substituindo as lâmpadas incandescentes.
Pois então… A minha convivência harmoniosa com as “lâmpadas piscantes” durou anos. Que eu me lembre, somente as da varanda e a de um quarto piscavam.
Até que um dia a lâmpada do quarto do casal queimou. Comprei outra lâmpada, instalei no local e a lâmpada apresentou este comportamento de piscar, com o interruptor desligado.
Num primeiro momento, cheguei a desconfiar de uma lâmpada defeituosa, afinal de contas a lâmpada que estava instalada anteriormente não piscava.
Como eu havia comprado várias lâmpadas (todas da mesma marca), troquei a lâmpada por uma outra e aguardei um tempinho e…. piscou também.
Bom, por mim, a lâmpada ficava desse jeito. Acontece que esta lâmpada resolveu piscar dentro de um rescinto onde até luz ultravioleta é proibida pela dona da casa: minha esposa não dorme se tiver algum vestígio de luz no quarto. Imagina então, se tiver uma lâmpada que pisca numa frequência relativamente constante…
Resultado: tive que investigar o problema.
Peguei um multímetro e fui medir a tensão no bocal da lâmpada, com os interruptores desligados… Opa!!! Apareceram 40V (CA) !!!
Daí, medi a tensão com a lâmpada enroscada no bocal. A tensão ia subindo até chegar uns 25-30V e a lâmpada piscava. Daí a tensão caía para um valor próximo de zero e começava todo o ciclo. Deduzi que algum capacitor dentro do reator estava sendo carregado e que essa tensão de aproximadamente 25V era suficiente para que o circuito do reator fizesse a lâmpada piscar. (o que o reator eletrônico faz, basicamente, é piscar a lâmpada em uma frequência bem alta).
Pois bem… e os 40 Volts ? Apareceram como ?
Pois é… não sei até agora!
Mas existem algumas possibilidades:
- A iluminação deste quarto está ligada em um sistema three-way (daqueles que têm dois interruptores e você pode acender ou apagar a lâmpada utilizando qualquer um deles. Para saber mais, clique aqui ). Em minhas buscas no Google, li alguma coisa falando que as lâmpadas fluorescentes, quando instaladas desta forma, tendem a apresentar este comportamento. Uma das explicações falava da possibilidade de indução de corrente nos fios que interligam os interruptores (os fios de retorno)
- Um dos interruptores pode estar com fuga (não abrindo o circuito corretamente). (descartei esta opção testando os interruptores)
- A lâmpada pode estar com uma de suas extremidades ligada diretamente na fase, ao invés do neutro (descartei esta opção com uma inspeção no quadro de distribuição e teste com o multímetro)
Aparentemente a primeira opção é a principal suspeita, apesar de eu ter achado a tensão de 40V alta para ser gerada por indução…
E, para resolver o problema, até que eu tenha tempo para descobrir o mistério dos 40V, a solução foi a seguinte: (que muito provavelmente ficará em definitivo!!!)
Um resistor de 440KOhms ligado em paralelo com a lâmpada.
Ah!! E a outra lâmpada que queimou? Por que não piscava?
Das duas uma.. Ou o reator dela tinha alguma proteção contra esta tensão mais baixa na entrada ou, ele era ineficiente e estes 40V não eram suficientes para fazer a lâmpada piscar e ficava armazenado no capacitor… (mais provável de ser a segunda opção)
Aviso: este texto tem caráter meramente informativo. O autor não se reponsabiliza por qualquer dano causado na tentativa de repetir o procedimento aqui demonstrado…