Rebel XT - Removendo fungos da parte interna do vidro do CCD

Existem alguns reparos domésticos (os DIY) que ao terminar você pensa: “Não vai durar um mês!”.
Quando encerrei o “reparo” que apresento aqui, pensei que se tratava de mais um trabalho em vão. Mas no final das contas foi um caso de sucesso, porque o trabalho foi realizado em maio de 2011 e só fui me dar conta dele quando precisei realizar um outro reparo na Rebel XT (falarei sobre este outro reparo em um outro post, em uma outra hora).

O Problema

Desde o início de 2011 eu vinha reparando umas pequenas manchas pretas na lateral esquerda e no canto inferior direito das minhas fotos. Estas manchas começaram a tomar forma de uma pequena teia de aranha, e começaram a crescer rapidamente.

Fiz algumas pesquisas no Google e cheguei a conclusão de que se tratava de fungo.

Veja na foto abaixo aparência deste fungos. (Clique na imagem para ver a versão original da foto)

A solução

Inicialmente achei que seria fácil me livrar desta teia de aranha. Bastaria uma limpeza tradicional no CCD e pronto.

Após diversas tentativas, descobri que o meu problema era um pouco mais grave: o fungo não estava na parte externa do vidro do CCD. Estava por dentro!

E lá se foram mais algumas buscas no Google… Li em alguns fóruns que este problema estava ocorrendo em outras Rebel XT e tinham a mesma característica. Algumas pessoas começaram a desconfiar da cola usada para fixar o vidro/filtro do CCD. Outras, acharam que era um problema de contaminação na linha de montagem. (vou ficar devendo os links destas discussões que achei na net. Não salvei nenhum, na época)

A solução que todos apresentavam era a mesma: enviar a câmera para uma autorizada Canon.

De cara, descartei esta opção pelos seguintes motivos:

1) Isto me custaria uma pequena fortuna
2) A câmera já tinha uma certa idade (foi adquirida por volta de 2003) e comprar uma nova seria mais interessante
3) Mandar consertar não é tão divertido como tentar o reparo em casa! (mesmo correndo o risco de ter o dobro de dor de cabeça e, no final, terminar com o equipamento mais danificado do que antes)

Lembrei, então, que havia lido em alguns sites uma conversão na Rebel XT para permitir fotografia no espectro infravermelho. Para realizar esta conversão há a necessidade de desmontar a câmera e substituir um vidro/filtro do CCD. E é justamente nesta região o fungo estava morando!

Para limpar minha câmera, usei este site como referência. Observe que ele apresenta um passo a passo para realizar a transformação (que, no meu caso foi apenas uma limpeza).

Antes de começar a desmontar a câmera, separei todas as ferramentas que usaria e as coloquei na bancada.

Para a limpeza decidi usar o álcool isopropílico. Lembro-me de ter lido alguém falando que o fungo que aparece nestes vidros (lentes e no CCD) são resistentes e não morrem com o álcool isopropílico. Li também sobre diversas fórmulas para limpar e matar fungos, mas a maioria era tóxica e, além disso, fiquei com receios de ter dificuldade de remover estes produtos do vidro. Como eu sempre usei o isopropílico pra limpar praticamente tudo, decidi ficar com ele mesmo.

Após a separação das ferramentas, tirei uma foto para ver a localização dos fungos. Usei o monitor do computador, exibindo uma página em branco do libreoffice writer:

Durante a desmontagem, fui separando os parafusos de cada etapa e, com o auxílio de uma fita, colando-os ao lado das figuras correspondentes, para facilitar a minha vida na hora da montagem:

Este processo foi bem útil e acabei adotando para desmontar qualquer equipamento que possua muitos parafusos diferentes. Na realidade eu mudei um pouco o procedimento e hoje em dia eu coloco os parafusos em copinhos de café numerados. Apenas anoto na página correspondente o número do copinho em que os parafusos estão.

Aqui o registro do trabalho de desmontagem:

Até chegar ao CCD:

A partir daqui foi só remover o CCD da câmera e, em seguida, remover o vidro/filtro do CCD. O fungo não estava neste filtro. Estava no vidro que fica colado no sensor.

Não registrei o procedimento de limpeza pois não quis expor o CCD à sujeira e luminosidade por muito tempo. O que fiz foi bastante simples: utilizei uma espátula de plástico (comprei uma baratinha e cortei na largura do CCD). Nesta espátula enrolei um papel especial para limpeza de lentes de câmeras e pinguei umas duas gotas de álcool isopropílico. Após isso pressionei a espátula sobre o vidro do CCD e repeti o procedimento várias vezes, até que o CCD ficasse completamente limpo.

A imagem a seguir, retirada do site lifepixel, mostra em qual elemento o fungo estava (seta vermelha).

Após isso, foi só montar e testar.

Não consegui recuperar as fotografias que utilizei no teste da máquina, mas seguem duas, relativamente recentes. Observe que o CCD ainda continua sem fungos ! (por enquanto, o isopropílico está com nota 10!)

Essa é de ontem:

Também de ontem:

Um pouco mais antiga:

Aviso: este texto tem caráter meramente informativo. O autor não se reponsabiliza por qualquer dano causado na tentativa de repetir o procedimento aqui demonstrado…